Durante a noite desta quinta-feira (15), a programação da Arena de Inovação SebraeX recebeu grandes nomes do empreendedorismo feminino para uma roda de conversa que contemplou assuntos como os obstáculos enfrentados pela mulher que procura empreender. O painel contou com a participação das sócias fundadoras da Ellas na Saúde, Tiane Muriel e Paula Gomes, a idealizadora da Confraria do Batom, Iva Cardinal, e da CEO da Reverso Comunicação e líder do Núcleo POA do Mulheres do Brasil, Tatiane Mizetti.
Mediada pela analista e gestora do Sebrae Delas no Rio Grande do Sul, Susana Stroher, a conversa abordou experiências pessoais das convidadas, bem como as perspectivas de cada uma frente ao empreendedorismo que, segundo as palestrantes, é fortemente marcado pela autoridade masculina.
O começo do painel conduzido por Susana Stroher abordou a criatividade como peça fundamental para o desenvolvimento do empreendedorismo. Segundo Tatiane Mizetti, “acredito que exista um somatório de ideias em que para a pessoa ser criativa, ela precisa criar coisas extraordinárias. Acredito que precisamos nos reinventar. (…) A partir do momento em que entrei no mundo corporativo, percebi que a sensibilidade feminina faz a diferença e que precisamos de criatividade para lidar com as situações que encontramos, incluindo o machismo que nós vivemos”.
Posteriormente, os estímulos relacionados ao mercado de trabalho e dos quais as mulheres carecem durante seu desenvolvimento foram tema da conversa. Segundo a sócio fundadora do Ellas na Saúde, Tiane Muriel, a mulher não possui em sua formação tradicional o desenvolvimento de habilidades comportamentais essenciais para os relacionamentos profissionais. Nas palavras de Tiane, “nós não temos direcionamento sobre liderança, relacionamentos ou comunicação assertiva. Ainda assim, somos encaminhadas para um mercado de trabalho onde vamos ter que empreender, já que lideramos equipes, projetos e unidades de negócios”.
Uma das questões levantadas por Paula Gomes, sócio fundadora do Ellas na Saúde, foi relacionada à invalidação que a mulher exerce sobre si mesma após se perceber no mercado de trabalho. “Nós entramos em um ambiente de trabalho em que a grande referência é masculina. Assim, acabamos nos inspirando em um modelo masculino e as mulheres acabaram invalidando a si mesmas” afirmou Paula. Segundo a palestrante, grande parte dos relatos trazidos pelas mulheres dentro da área da saúde estão relacionados à competitividade entre elas mesmas. Isso porque, nas palavras da convidada, “quando a mulher não desenvolve suas habilidades e sua essência, ela se torna competitiva”.
A idealizadora da Confraria do Batom, Iva Cardinal, contribui para as perspectivas compartilhadas no painel trazendo temáticas relacionadas à motivação para empreender e peças fundamentais para o sucesso. “Muitas de nós seguimos o caminho de empreender por necessidade. Nesse caso, normalmente chegamos mais ‘duras’ no mercado, focadas em fazer um produto ou prestar um serviço de maneira super bem feita, ou temos a pressão econômica em gerar renda. (…) Para ter sucesso no empreendedorismo, é extremamente necessário ter criatividade e jogo de cintura”.
Formada em Relações Públicas, Tatiane Mizetti somou à roda de conversa com sua perspectiva frente a comunicação integrada, responsável por planejar e executar ações diferentes em meios diversos. Segundo a CEO, as relações que constroem esse tipo de comunicação devem ser vistas de maneira respeitosa ou, caso contrário, nas palavras de Tatiane, “ela tem tudo para dar errado”.
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